Me olhando de fora
06/07/2021
A dor contempla a mim mesmo,
Saio do meu corpo e olho para ele,
É apenas um pequeno vulto do que já fui,
Sei, fui, não sou mais.
Não me reconheço,
Quem é este que agora que vejo?
Não sou eu, é apenas um vulto meu,
Não eu, mas um espectro do que já fui.
Tenho dó de mim mesmo,
Tenho pena desse miserável,
Pobre desgraçado a minha frente,
Alguém que não sei quem é.
Deixo eu mesmo sem resposta,
Não sou eu, mesmo sendo eu,
Olho para para mim, mas não me vejo,
Quem é este que habita meu corpo?
Será que um dia eu voltarei?
Serei novamente eu a habitar essa carcaça sem vida?
Ou serei sempre uma lembranças,
A contemplar aquilo que poderia ser.