As vidas que não vivi
Assaltou-me a mente,
Meio que de repente,
Uma dúvida que não quer calar,
E me obrigou a pensar ardentemente,
Sobre as escolhas que deixei passar.
Que vida teria tido eu, afinal,
Com os caminhos não percorridos?
Seria o destino um conto celestial,
Ou apenas sonhos perdidos?
Estaria eu agora, no começo ou no fim?
Qual seria minha posição nesse andar?
Se ao dizer não, tivesse dito sim,
Para as perguntas que estavam a perguntar.
Quais alegrias teriam surgido?
Quais tristeza teriam partido?
Em estradas que não ousei trilhar,
Seria meu sorriso mais colorido,
Em outros horizontes a desvendar?
Mas a vida não permite viver diferente,
Da vida que a gente decidir,
Após escolher ela anda para frente,
Sem jamais retroagir.
A vida é uma teia de destinos,
Entrelaçados em um jogo de azar,
São infinitos cassinos,
Mas somente em um você pode jogar.
Queria eu ter tantos eus,
Uma espécie de Deus,
Que vivesse a vida a experimentar,
Mesclado em único corpo meu,
Provando tudo que a vida queria me dar.